sábado, 17 de março de 2012

A NBA e os Desafios do Esporte Nacional

          Com toda a certeza, não sou alguém que pode ser  considerado um "fã" incondicional de basquete, mas, recentemente, pela primeira vez, assisti  na Flórida a um jogo da NBA: Chicago Bulls versus Orlando Magic. Compramos os ingressos pela internet e saímos de casa com apenas uma hora de antecedência. Um torcedor com quem eu havia conversado logo pelo início da tarde, me havia dito que o tempo em questão seria mais do que suficiente. Ele estava certo, apesar de termos nos atrasado um pouco no caminho, pois, justamente o  nosso GPS, por vezes, parecia indicar algum outro lugar. Ademais, logo nas proximidades onde seria realizada a partida, tivemos ainda que esperar um enorme trem passar diante de nós. Chegamos, assim, um tanto que afoitos, sempre com receio de perder o início do espetáculo. Aliás, esta é a melhor palavra para definir o evento em questão. As belas ruas da região central de Orlando, com suas elegantes luzes amareladas, agitavam-se motivadas pelo mais popular esporte praticado nos Estados Unidos da América. Algumas pessoas aguardavam petiscando nos restaurantes da cercania. Policiais atenciosos apontavam a direção aos pedestres. Assim, logo nos vimos no ginásio, sem  quaisquer transtornos, empurra-empurra ou confusão. Subimos os três andares pela escada rolante até que chegarmos ao local. Em seguida, partimos em busca de nossos assentos e os encontramos sem a menor dificuldade. Tudo, afinal, transcorreu com muita tranquilidade. Deu tempo  de sobra, inclusive, para comprarmos um lanche. Aliás, as possibilidades de escolha , de tão diversificadas, atendiam a todos os gostos. Para os brasileiros acostumados aos estádios com o amendoim, o desconforto causado pelo calor e o choppe quente, aquela era certamente era uma surpresa agradável. Igualmente, tudo era muito limpo. A loja do clube, por sua vez, oferecia uma infinidade de produtos oficiais aos seus torcedores, algo muito diferente das camisas e bandeiras falsificadas estendidas nos varais dos estádios do Brasil.

      Deste modo, inevitavelmente, fui levado a recordar  que o nosso país enfrentará dois grandiosos desafios: a realização da Copa do Mundo e também das Olimpíadas no Rio de Janeiro. Não obstante aos recentes avanços econômicos, continuo extremamente preocupado com a questão, pois ,como pensa qualquer outro compatriota, gostaria eu de realmente ter a certeza que o Estado será capaz de receber bem os turistas que, aos milhares, por aqui chegarão. Infelizmente, como se sabe, falta-nos a mínima condição para tanto. Não temos o básico em se tratando de infra-estrutura. Faltam-nos os serviços públicos essenciais. Nesse sentido, a qualidade dos meios de transporte é risível nas grandes cidades, especialmente, quando comparada ao padrão europeu ou norte-americano, justamente as pessoas que mais nos visitarão. nas aludidas ocasiões. Os aeroportos, graças às tardias e insuficientes reformas, prometem dias de caos aéreo e, ainda que neste momento fossem somados todos os esforços possíveis e impossíveis para o bom logro da questão, não haveria mais tempo hábil para a adequada solução do problema. O setor hoteleiro também se mostra incapaz de atender a crescente demanda do mercado interno, e, o que diria -se, então, da nova conjuntura que já aponta em nosso horizonte As rodovias continuam esburadas: "culpa das intempéries climáticas". dizem alguns de nossos "especialistas" de plantão, pois, por aqui, "ora faz muito sol, ora chove muito". O senso de urbanização de muitos administradores públicos também me parece precário. Pelo menos, quero crer que seja somente isso, apesar de que em muitos casos, podemos cogitar algo bem pior, notadamente no que concerne à destinação dos recursos.

                O resultado dessa triste realidade é conhecido por nós: cidades sujas e mal-cuidadas. O patrimônio público, em função da ausência de projetos visando sua preservação, se desgasta para infortúnio de toda uma nação. Entretanto, sabemos que tudo, como sempre, será feito às pressas, cooperando para o prejuízo dos interesses nacionais. Entretanto, algum dia, invariavelmente, teremos que pagar a conta deixada pela construção de um Estado assistencialista, e, cujos líderes, se perderam nas amarras de um populismo barato, do tipo "mítico", unicamente competente para insuflar nas mentes e nos corações dos incautos, um senso de grandeza descabido e ufanista, próprio da imaturidade política que por aqui, teimosamente, grassa solta. O jogo continua, todavia, podemos fazer nossas apostas, pois o placar já pode ser imaginado.
                

Nenhum comentário:

Postar um comentário